A promessa das novas pontes Icoaraci-Outeiro e Outeiro-Mosqueiro e a realidade do Pará

Ponte de Outeiro
A Ponte de Outeiro que o governo do Pará diz que foi derrubada por uma balsa, mas até hoje não apresentou provas e a conclusão do laudo que confirmaria essa versão. Foto: Diário do Pará/Reprodução

Depois da inexplicável queda da “velha” ponte de Outeiro e sua reconstrução, quase um ano depois com tantos transtornos, aborrecimento e sofrimento para quem precisava atravessar o rio Maguari, seja através de balsas, barcos e canoas, a estrutura inaugurada em 26 de outubro de 1986, pelo então governador Jader Barbalho, foi reconstruída e entregue em fevereiro deste ano por seu filho, o governador Helder Barbalho.

Hoje, Helder anunciou ao lado da vice-governadora Hanna Ghassan e do secretário estadual de transporte, Adler Silveira, a publicação da autorização da abertura do edital com o processo licitatório para escolha da empresa ou consórcio que fará a construção de outra uma ponte estaiada – medindo 414,00 x 10,40 x22,00 – sobre o furo do rio Maguari, ligando as ruas Dois de Dezembro em Icoarací à Av. BL DEZ no Distrito de Outeiro, Região Metropolitana de Belém.

A promessa de construir outra ponte foi feita em Janeiro, mas só agora foi efetivada com o anúncio do certame da concorrência, que na prática foi adiado para o dia 08 de Agosto, quando a SETRAN receberá as propostas, que poderão se apresentadas a partir de amanhã, dia 06/07, data da publicação do edital.

Já as obras da nova ponte de Outeiro não se sabe quando iniciam e muito menos quando terminam. A entrega da ponte à população talvez ocorra daqui há dois anos, quando Helder deve deixar o governo para se candidatar ao senado, deixando em seu lugar a atual vice-governadora Hanna Ghassan, que supostamente tentará a reeleição no cargo.

Desconhecida da maioria dos paraenses, Hanna acompanha Helder em praticamente todas as agendas do governo e até onde ele não vai, ela o representa. A tentativa é forçar com que ela seja conhecida e aceita como sua sucessora “natural”, escolhida única e exclusivamente por Helder, por sua fidelidade – faz tudo que ele manda – e pelo conhecimento da máquina administrativa do estado.

PONTE OUTEIRO-MOSQUEIRO

No bojo do anúncio da nova ponte que visa interligar Icoaraci à ilha de Outeiro, o governador aproveitou para falar da possibilidade de outra ponte ser construída, dessa vez ligado a ilha de Outeiro à ilha de Mosqueiro, proposta apresentada por outros políticos, como o delegado federal Eguchi, na campanha eleitoral pela prefeitura de Belém, em 2020, quando passou para o segundo turno e quase vence o atual prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), que contou com uma baita ajuda de Helder Barbalho, seus aliados e toda a máquina estadual e consagrou-se prefeito da capital paraense pela terceira vez.

DAS PROMESSAS À REALIDADE

Não adianta perguntar quando a população de Belém poderá ver essas duas pontes prometidas, pois isso não foi dito e nem está escrito em nenhum lugar, servindo para alimentar sonhos e a esperança do povo paraense, que assim como outras obras prometidas e nunca vistas, segue esperando e votando naqueles que domina as técnicas de marketing político e eleitoral, bem como contam com a ajuda dos poderosos meios de comunicação de massa e a compra de votos, alimentada por desvio de verbas públicas.

Segundo recente artigo no novo site do jornalista Ronaldo Brasiliense, o Pará é o o patinho feio da Amazônia.

“Coitado do Pará, Estado rico com um povo pobre. Tem mais de três milhões de habitantes sobrevivendo na miséria extrema, com programas de complementação de renda como o Bolsa-Família e o Seguro-Defeso, que beneficia supostos 250 mil pescadores com um salário mínimo por mês, durante quatro meses do ano, no período de reprodução das espécies.

O Pará é um dos Estados mais corruptos da Federação – primeiro lugar na roubalheira durante a pandemia do novo coronavírus – e tem uns políticos corruptos que se apresentam nacionalmente como se fossem limpinhos.

Então, ficamos assim: o Pará fica sem o petróleo da Margem Equatorial, em sua costa atlântica; sem a Ferrovia do Grão (Ferrogrão), entre Sinop, no norte do Mato Grosso, e Itaituba, no sudoeste paraense; sem a Ferrovia Paraense (Fepasa), entre Santana do Araguaia e o porto de Vila do Conde, em Barcarena, e sem a Hidrovia do Tocantins, entre Marabá e Tucuruí, porque o derrocamento do Pedral do Lourenço, em Itupiranga, não sai do papel por restrições ambientais impostas pelo Ibama. Sem fiscalização, o Pará também conquistou o tetracampeão nacional dos desmatamentos, segundo o Mapbiomas, desbancando o discurso ambientalista do governador Helder Barbalho (MDB).

O Pará é, também, o último colocado no Brasil no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) – educação não é prioridade – e líder negativo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com três municípios do arquipélago do Marajó entre os dez piores do Brasil: Melgaço, Anajás e Chaves.

E ainda tem que festeje…“, concluiu Ronaldo Brasiliense.

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