A propaganda estatal na RBA, o SINJOR-PA, a farra com a verba publicitária e os eventos no Hangar

Jader Filho
Jader Filho é o primogênito fruto da relação entre o senador Jader Barbalho e a deputada federal Elcione. Sempre dedicado aos negócios, teve agora a oportunidade de ser cataputado a ministro de Lula, mas mantém o controle sobre os negócios da família, que se confundem com as despesas do governo do Pará, que tem seu irmão como mandatário.

A coluna Repórter Diário, do jornal Diário do Pará noticiou como anda o clima pré-eleitoral para a eleição da nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Pará – SINJOR-PA.

A última eleição do SINJOR-PA foi decidida por uma pequena quantidade de votos a favor da chapa vencedora, que alinhada com partidos de esquerda, fez uma campanha acusatória contra a chapa de Evandro, rotulando-o como bolsonarista, o que para boa parte dos eleitores do sindicato colou.

Com a derrota, o jornalista Evandro Correa então partiu para a organização de uma frente de oposição. Primeiro, criou blogs como: Pará News, Boca de Jambu e O Antagônico, este afirmando trazer as “notícias que a grande imprensa paraense não publica”.

Evandro Correa é cotado para disputar a presidência do SINJOR-PA com uma chapa comprometida em estruturar o sindicato e promover um debate com as empresas públicas e privadas para reajustar salários e buscar melhorias para o exercício profisisonal dos jornalistas paraenses.

Com fortes críticas à diretoria do SINJOR-PA, à gestão de Edmilson Rodrigues (PSOL) à frente da prefeitura de Belém e trazendo denúncias e críticas ao governo de Helder Barbalho (MDB), os blogs de Evandro ganharam visibilidade entre os leitores mais antenados na política paraense, mas é notório que ultimamente estão mais complacentes com o governador.

Por outro lado, os atuais dirigentes do SINJOR-PA reclamam que estão sendo barrados nas empresas onde atuam os jornalistas e mesmo em empresas estatais, como a FUNTELPA, a presença dos militantes do sindicato não é tão comemorada como outrora.

Assessores de imprensa de órgãos municipais e estaduais também reclamam de um distanciamento entre a teoria e a prática, em se tratando das promessas e das ações efetivas do sindicato na defesa dos interesses da categoria, como por exemplo, a luta pelo reajuste salarial dos jornalistas, que amargam serem um dos mais baixos entre servidores públicos com nível superior.

Além disso, as péssimas condições de trabalho, com diversas denúncias de assédio moral e diagnósticos de Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional são recorrentes nos órgãos do governo estadual e municipal, sem que haja um ativismo por parte do SINJOR-PA, dizem que pelo envolvimento partidário de seus dirigentes.

PROPAGANDA ESTENDIDA

E por falar em Diário do Pará, a TV RBA, segue sendo uma das principais emissoras beneficiadas com a verba publicitária do governo do estado do Pará.

A emissora faz parte do grupo de empresas de comunicação da família do governador Helder Barbalho, em sociedade com o irmão, o ministro das Cidades, Jader Filho, o pai, o senador Jader Barbalho e a mãe, a deputada federal Elcione Barbalho.

Assim, torna-se até redundante lembrar ao contribuinte paraense, bem como ao poder judiciário, sobretudo ao Ministério Público, que o contratante do serviço é ao mesmo tempo beneficiado com o pagamento dele e boa parte da verba publicitária que sai dos cofres do estado, vai direto para as contas bancárias das empresas pertencentes aos barbalho.

Exemplo de como essa dinheirama é torrada e que hoje já chega a ser cerca de 4 vezes do que o último governo de Simão Jatene torrava, é a propaganda da Avenida Ananin, entregue no dia 09 de Julho e que até hoje passa no intervalo da programação da RBA. Das duas, uma: Ou o governo não tem outra obra relevante (e olha que a avenida foi inaugurada com apenas 1,8km) ou a ordem é estender a propaganda até o limite dos recursos financeiros do estado, enriquecendo ainda mais o império de comunicação da família “do real” paraense.

FICOU BOM PRA QUEM?

Para centenas de movimentos sociais e ambientais, o resultado dos “Diálogos Amazônicos” e a “Cúpula da Amazônia”, foi negativo. Essa conclusão também foi endossada por especialistas que concluíram que o texto final da “Declaração de Belém” foi ‘superficial e frágil’, pois não houve um compromisso firmado com prazos para que os países amazônicos deixem de usar e abusar dos combustíveis fósseis, como por exemplo, o governo brasileiro, duramente criticado por ainda querer explorar petróleo na foz do rio Amazonas, tal como fez o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, o único presidente a discursar de forma veemente pedindo o fim da exploração de petróleo na região.

Paralelo a isso, uma empresa comemora o lucro obtido na prestação de serviços durante os eventos pró-COP30.

Além do aluguel da maioria dos equipamentos que garantiram a infraestrutura de toda a programação ocorrida no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, a empresa concentrou a subcontratação de outras empresas, que levaram gigantescos telões de led, centenas de computadores, telas de tv, equipamentos de som, audiovisual e iluminação, além de todo um exército de trabalhadores que atuaram antes, durante e depois dos eventos, com montagem e desmontagem de palcos e toda a infraestrutura utilizada durante quase uma semana.

Comenta-se que a empresa que ficou responsável para tratar de todo esse investimento do governo do Pará seja comandada por um DJ paraense, que além de atuar no grupo RBA de comunicação, é amigo pessoal do Ministro das Cidades e irmão do governador do Pará, Jader Filho.

CADÊ OS OPERADORES DA LEI?

O Portal diogenesbrandao.com faz uma varredura no Portal da Transparência e no Diário Oficial do Estado, mas as dificuldades para encontrar quanto é gasto pelo governo estadual é tão escandaloso, quanto os valores contratados com ou sem licitações.

No entanto, nos comprometemos a buscar informações de quanto é gasto atualmente com uso de veículos de imprensa do estado, sobretudo com as empresas do grupo RBA, das ORMS e Roma News, estes dois últimos da família Maiorana que depois de décadas em guerra pelo poder e as verbas publicitárias, deixaram de peitar a família barbalho em troca de uma fatia do poder e dos recursos públicos, dos quais sempre dependeram.

Os membros do Ministério Público do Pará talvez desconheçam a Lei da Transparência e a Lei de Acesso à Informação e por isso não cobrem do poder executivo a devida execução destas duas leis.

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